Dificuldades de ler, soletrar ou até mesmo identificar as palavras mais simples. Muito mais do que preguiça, falta de atenção ou má alfabetização, pessoas com esses sintomas podem ter dislexia. Apesar da assustadora impressão do termo, dislexia não é uma doença. Ela é um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento do cérebro para todo processamento lingüístico relacionado à leitura. O que ocorre são falhas nas conexões cerebrais. Assim, a pessoa disléxica tem dificuldade para associar o símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam e não consegue organizá-los mentalmente numa seqüência coerente. Por exemplo, a palavra "superinteressante" pode ser vista e entendida por um disléxico como "suprinteressãmt". "Os mesmos sintomas da dislexia podem aparecer para vários outros quadros, como hiperatividade ou lesões cerebrais. Assim, um diagnóstico preciso deve ser feito por uma equipe multidisciplinar", diz Maria Ângela Nogueira Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia. O distúrbio pode ser tratado com exercícios de assimilação de fonemas, desenvolvimento de vocabulário e acompanhamento de psicólogos e fonoaudiólogos. Estudos sugerem que, se tratada ainda cedo na vida escolar, uma criança pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas quase desaparecerem.
Dislexia - CEGUEIRA VERBAL
“É uma desordem de linguagem que impede a aquisição de sentido através das palavras escritas, por causa de um déficit na habilidade de simbolização. Pode ser endógena ou exógena, congênita ou adquirida.As limitações na linguagem escrita são demonstradas por uma discrepância entre a aquisição real e a esperada. Estas limitações derivam-se de disfunções cerebrais, manifestadas por perturbações na cognição. Não atribuídas a impedimentos motores, sensoriais, intelectuais ou emocionais, nem ensino inadequado ou falta de oportunidade”.
a DISLEXIA “É uma dificuldade acentuada que ocorre no processo da leitura, escrita e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio com uma série de características.
Ela torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores.
Apesar de instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sócio cultural e sem distúrbios cognitivos fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem. Ela independe de causas intelectuais, emocionais ou culturais. Ela é hereditária e a incidência é maior em meninos, numa proporção de 3/1.
A ocorrência é de cerca de 10% da população Mundial.”Esta é, aproximadamente, a definição usada por Orton (1925), Herman (1959), Eisenberg, Money, Rabinovitch e Saunders (1962), Crichley, Cole e Walker (1964), Flover e Lawson (1965), Thompson (1966) e outros. Para Jane Schulman e Alan Leviton (1978): “Um distúrbio de leitura á geralmete definido como uma discrepância de, pelo menos, dois anos entre o nível de leitura real e o nível esperado em relação à idade cronológica”. Esta definição não poderia se aplicar a uma população carente.Há também uma definição recente de Miklebust:
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. Não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, fatores coexistentes de importância para o tratamento. A criança deve então ser avaliada por um psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista. O diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação.
Segundo Elena Border, a dislexia é diagnosticada dos seguintes modos: a) por processo de exclusão; b) indiretamente, à base de elementos neurológicos; c) diretamente, à base da freqüência e persistência de certos erros na escrita e na leitura.
Em todos os diagnósticos o fato da criança não ter sido alfabetizada pelos processos comuns, ou um histórico familiar com distúrbios de aprendizagem, são importantes.
Reconhecimento da Dislexia
“Não são os olhos que leêm, mas o cérebro”
A história do reconhecimento da dislexia de evolução como problema constitucional, remonta do trabalho de Berlin, que usou o termo “dislexia” já em 1872 e ainda de W. Pringle Morgan em 1896 e de James Kerr em 1897.James Hinshelwood, em 1917, publicou uma monografia sobre “Cegueira Verbal Congênita”, quando trabalhou com adultos afásicos. Ele encontrou distúrbios infantis com sintomas similares, mas sugeriu que os problemas da dislexia seriam orgânicos, e ainda levantou a possibilidade de serem hereditários.
Encontrou também mais meninos do que meninas com este tipo de distúrbio.Nos Estados Unidos, a classe profissional que primeiro ajudou no reconhecimento da dislexia foi a de médicos oftalmologistas.
Sua observações mostraram que a dificuldade não estaria nos olhos, mas no funcionamento de áreas de linguagem no cérebro: “Não são os olhos que leêm, mas o cérebro”.
Os psicólogos e educadores do início do século deram pouca importância aos distúrbios específicos de linguagem.Só se concentravam no aspecto pedagógico do problema; com exceção de Brooner (1917) e Hollingworth (1918, 1925).Ao mesmo tempo, a classe médica negligenciava o problema na sala de aula, o que contribuia para estabelecer uma grande lacuna entre a recuperação das crianças e o seu problema.
Em 1925, se iniciou em Iowa uma pesquisa sobre as causas de se encaminharem crianças para unidades de saúde mental.A dificuldade de ler, escrever e soletrar surgiu como uma das causas principais.Foi então que surgiu como um grande interessado no campo do distúrbio de aprendizado, Dr. Samuel Orton, psiquiatra, neuroanatomista, que fez vários estudos post-mortem em cérebros humanos.
Orton propôs várias hipóteses para a ocorrência da dislexia e também vários procedimentos para a redução das suas dificuldades. Em continuação aos estudos de Orton, que atribuía a causa do problema a distúrbios de dominância lateral, encontramos Penfield e Roberts (1959), Zangwill (1960), Sperry (1964), Masland (1967), Miklebust (1954 - 1971) e atualmente Albert Galaburda, que descreveu a dislexia de forma mais complexa.
Na França há trabalhos de Varlot e Deconte (1926) e Ombredama (1937), mas não tiveram continuidade. No campo da linguagem escrita aparecem Borel Maysony, Arlet Boucier e outros.
Atualmente, Jacques Melher.Hoje, os estudos mais recentes estão no campo psiconeurológico.O Brasil também tem sua contribuição com a pesquisa sobre “A diferença dos volumes dos lobos temporais direito e esquerdo”.
Definição
“É uma dificuldade acentuada que ocorre no processo da leitura, escrita e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio com uma série de características.
Ela torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores.Apesar de instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sócio cultural e sem distúrbios cognitivos fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem. Ela independe de causas intelectuais, emocionais ou culturais.
Ingram (1970), realizou uma pesquisa com crianças com dificuldades de aprendizagem e dividiu-as em dois grupos:
Específicos - cuja dificuldade estava limitada à leitura-escrita;
Gerais - com outras dificuldades, como matemática (discalculia).
Bannatyne (1966), descreve dois tipos de dislexia:Dislexia Genética e Dislexia por Disfunção Neurológica Mínima.
Ele caracteriza o disléxico genético, como tendo dificuldades em discriminação auditiva, sequenciação auditiva e associação do fonema-grafema.
Já o disléxico com disfunções mínimas, teria dificuldades viso-espaciais, cinestésico-motoras, táteis e de conceitos.Smith (1970), baseando-se na análise dos sub-testes de WISC, testou 300 crianças com problemas de leitura, identificando-as três grupos:- 67% mostraram-se bem nos sub-testes, relacionados com habilidades espaciais e fracos na manipulação de símbolos e habilidades de sequênciação temporal. - 15% tiveram déficits em organização espacial e perceptiva visual e coordenação viso-motora. - 18% tiveram características dos dois grupos anteriores.
Em 1971, Elena Boorder e Miklebust, classificaram vários grupos:
Dislexia Disfonética -
dificuldade auditiva,
dificuldade de análise e síntese,
dificuldade de discriminação,
dificuldades temporais (em perceber sucessão e duração).
Sintomas mais comuns: trocas de fonemas e grafemas diferentes; dificuldades com logatomas; alterações grosseiras na ordem das letras e sílabas; omissões e acréscimos; maior dificuldade com a escrita do que com a leitura; substituições de palavras por sinônimos, ou trocas de palavras por outras visualmente semelhantes (reconhece-as globalmente)
Dislexia Diseidética - dificuldades visuais, na percepção guestáltica, na análise e síntese e dificuldades espaciais (percepção das direções, localizações, relações e distâncias).
Sintomas mais comuns: leitura silabada, sem conseguir a síntese; aglutinação - fragmentação; troca por equivalentes fonéticos; maior dificuldade para a leitura do que para a escrita.
Dislexia Visual - deficiência na percepção visual.
Sintomas: dificuldade na percepção viso-motora;
dificuldade na habilidade visual (não visualiza cognitivamente o fonema).
Dislexia Auditiva - deficiência na percepção auditiva.
Segundo as escolas mais modernas e os teóricos mais atualizados em linguística, o fenômeno da linguagem escrita não é a transição da linguagem oral.
Ela tem suas próprias sequências e deve ser adquirida como uma nova linguagem; antes de tudo, com aspectos semânticos enfatizados e não como simples decodificação e codificação, que requerem síntese e análise visual e auditiva, assim como discriminação temporo-espacial.
Maria Angela Nogueira NicoFonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica; Diretora e Coordenadora Técnica e Científica da ABDHistóricoSegundo Margareth Rawson (1968),
Como interagir com aluno disléxico?
Dividir a aula em espaços de exposição, seguido de uma “discussão” e síntese ou jogo pedagógico; Dar “dicas” e orientar o aluno como organizar-se e realizar as atividade na carteira; Elaborar enunciados curtos com linguagem objetiva para ajudá-lo a decodificar o texto; Se necessário subdivida o texto em partes, assim como as questões; Valorizar os acertos; Estar atento na hora da execução de uma tarefa que seja realizada por escrito, pois, seu ritmo pode ser mais lento, por apresentar dificuldade quanto a orientação e mapeamento espacial, entre outras razões; Observar como ele faz as anotações da lousa e auxiliá-lo a se organizar; Desenvolver hábitos que estimulem o aluno a fazer uso consciente de uma agenda, para recados e lembretes; Na hora de dar uma explicação usar uma linguagem direta, clara e objetiva e verificar se ele entendeu; Permitir nas séries iniciais o uso de tabuadas, material dourado, ábaco, e para alunos que estão em séries mais avançadas, o uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros recursos, sempre que necessário; É equivocado insistir em exercícios de “fixação“: repetitivos e numerosos, isto não diminui sua dificuldade.
O dom da Dislexia...
O que têm em comum cientistas como Einstein e Darwin; artistas e escritores como Picasso, Leonardo da Vinci e Agatha Christie, um político como Churchill e o general Patton? A essa lista de famosos com um talento especial, porém ainda não reconhecido como tal, podem ser acrescentados John Lennon, Harrison Ford, o jogador de basquete Magic Johnson e empresários como Henry Ford e Ted Turner, o todo-poderoso das comunicações, que criou a primeira rede de TV all news do planeta, a CNN. Além de serem mundialmente famosos, todos são disléxicos. A lista, que inclui vários outros nomes, como o do ator Tom Cruise (que já falou publicamente sobre o problema) está no livro O dom da dislexia – Por que algumas das pessoas mais brilhantes não conseguem ler e como podem aprender", de Ronald D. Davis (com a colaboração de Eldon M. Braun), que a Editora Rocco publica sob o selo Pais, Tais & Profissionais.
Ronald Davis, ele próprio um disléxico, relata no prefácio uma marcante experiência de sua vida. Em 1949, aos 7 anos de idade, estava mais uma vez de castigo no canto da sala de aula, com um lenço branco dobrado sobre sua cabeça, seu "rótulo de demérito". Envergonhado, sem coragem de mover-se para ir ao banheiro, acaba molhando as calças. Tenso, apavorado com a possibilidade de ouvir os meninos gritarem "O retardado fez xixi na calça de novo!", ele permaneceu imóvel até que o sinal tocasse e a sala ficasse vazia. Ainda sem coragem de se mover, ele sussurrou uma prece e então o professor que o havia posto lá o obriga a falar em voz alta o que está dizendo. "Eu pedi para Deus não me fazer sentar no canto nunca mais"
Davis só sentiu que havia finalmente deixado o canto e o castigo muitos anos depois, quando milhares de disléxicos como ele já haviam passado pelo Reading Research Council, um dos programas do Ron Davis´s Research Council. "O tom coloquial com que é escrito promove uma leitura que flui rapidamente. Aparentemente simples e fácil, o livro engana. Na verdade, trata-se de um livro denso: traz muita informação e, principalmente, muita inovação", afirma a psicoterapeuta Ana Lima, que assina o prefácio à edição brasileira. Por isso, é indicado não apenas para os professores e outros profissionais que lidam com o assunto, mas também para os pais que buscam mais informação.
A maior parte das pessoas que conhece o termo "dislexia" o associa a um transtorno de aprendizado que impede os portadores de lerem e compreenderem aquilo que estão lendo e também de escrever apropriadamente. Um distúrbio da leitura e da escrita. O autor mostra, em 34 capítulos divididos em quatro grandes blocos — "O que é realmente a dislexia", "O pequeno D.P. – uma teoria de desenvolvimento da dislexia", "O dom" e "Fazendo algo a respeito" — que, para início de conversa, a leitura e a escrita não são as únicas situações em que os sintomas da dislexia aparecem. E, numa visão que representa um giro de 180 graus em relação às abordagens tradicionais, pródigas em diagnósticos e técnicas paliativas, mas carentes de propostas de solução do problema, mostra que o disléxico, com sua extraordinária habilidade de pensar principalmente em imagens, precisa ter esse dom desenvolvido e não controlado ou reprimido com métodos que cerceiam sua incrível criatividade, como faz a educação tradicional do Ocidente.
No glossário ao final do livro, dislexia é definida como "um tipo de desorientação causada por uma habilidade cognitiva natural que pode substituir percepções sensoriais normais por conceituações; dificuldades com leitura, escrita, fala e direção, que se originam de desorientações desencadeadas por confusões com relação aos símbolos. A dislexia se origina de um talento perceptivo"
Davis mostra que problemas na escola com leitura, escrita, ortografia e matemática, ou ainda troca de letras e palavras, ou lentidão na aprendizagem, são apenas um aspecto da dislexia. "Uma vez, quando fui convidado para uma entrevista na televisão, perguntaram-me pelo ‘lado positivo’ da dislexia. Como parte da resposta, relacionei cerca de uma dúzia de disléxicos famosos. A entrevistadora então comentou: ‘Não é surpreendente que todas essas pessoas tenham sido gênios, apesar de serem disléxicos?’ Ela não percebeu o x da questão. A genialidade deles não ocorreu apesar da dislexia mas por causa dela!
O autor lembra que a palavra dislexia foi o primeiro termo usado genericamente para designar vários problemas de aprendizagem, e por isso ele a classifica de "a mãe do todos os transtornos de aprendizagem". Desde o início do século passado, os pesquisadores apresentaram várias teorias para explicá-la, como algum tipo de lesão cerebral ou nervosa ou ainda uma disfunção congênita. Mas já são mais de 70 os nomes utilizados para descrever seus diferentes aspectos. O fato é que a maioria das teorias foi formulada para explicar sintomas ou características da dislexia, e por que o transtorno ocorreu. A novidade que Davis propõe é a correção da dislexia.
Para Davis, a orientação — compreendida como a capacidade de ver, ouvir ou sentir o mundo exterior a partir de um ponto de vista que faz sentido para a pessoa — é fundamental. Por essa razão ele propõe que as palavras que causam problemas para os disléxicos — que ele chama de palavras-gatilho —, que têm significados e, freqüentemente, vários sentidos diferentes, além de serem comuns na linguagem escrita e falada do dia-a-dia, sejam listadas e trabalhadas com os disléxicos.
Além de dedicar capítulos especialmente aos problemas enfrentados pelos disléxicos com a matemática e a escrita, que tanto preocupam os pais, Davis aborda o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). Ele faz uma dura crítica à freqüência com que escolas vêm utilizando essas palavras para definir um transtorno de aprendizagem, quando, na verdade, se trata de problemas distintos.
"Na maioria dos casos, não se deveria falar em transtorno de aprendizagem, mas em transtorno de ensino. Existe um transtorno médico genuíno chamado TDA que impede a pessoa de manter a atenção. (...) Atualmente, muitos estudantes que não conseguem manter a atenção fixa por muito tempo numa tarefa estão sendo diagnosticados como portadores de TDA. Diz-se a seu respeito que se ‘distraem facilmente’. Levam sua atenção a outras coisas no ambiente em vez de se manterem ligados no que o professor determinou. Às vezes, o problema da TDA é acompanhado de uma segunda condição, a hiperatividade. Ambas têm suas raízes nas diferenças do desenvolvimento das crianças disléxicas durante a primeira infância." Davis sustenta que é natural e fácil para as crianças disléxicas prestar atenção, o difícil para elas é se concentrar. E que, "geralmente, são os disléxicos que são rotulados com a etiqueta hiper por causa dos efeitos físicos da desorientação. Os estudantes, em sua maioria, simplesmente ficam entediados e lutam para permanecer acordados quando estão desinteressados ou confusos. Os disléxicos se tornam também desorientados"
E o autor dá uma alfinetada na porção de culpa das escolas. "Aprender a ficar orientado elimina os sintomas de desorientação, mas nunca tornará um estudante interessado numa matéria que está sendo dada pobremente. É interessante notar que professores muito bons raramente parecem ter estudantes que sofrem de TDA em suas classes, apesar de alguns destes mesmos estudantes serem tachados de portadores de TDA em outras classes.
O livro O dom da dislexia – Por que algumas das pessoas mais brilhantes não conseguem ler e como podem aprender foi impresso com uma fonte maior do que o habitual e com cuidado de só permitir o aparecimento de palavras divididas no fim de uma linha quando não houvesse alternativa. Isso para fazer com que a leitura do livro se torne mais agradável para algum possível disléxico que desejar lê-lo. Além disso, o livro apresenta uma série de exercícios das técnicas criadas pelo autor para ajudar os disléxicos a desenvolverem seu dom.
APOIO INSTITUCIONAL DA UnB AO ESTUDANTE COM DISLEXIA
Glaura Borges M. G. Evangelista
Definição de Política Internacional
Na Linha de ação sobre Necessidades Educacionais Especiais da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais aprovada em 10/06/1994 em Salamanca – Espanha.
Conceito de Necessidades Educacionais Especiais: “todas as crianças ou jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou dificuldades de aprendizagem”.
Escola integradora:
Meio favorável à consecução da igualdade de oportunidades e da completa participação.
Requer esforço comum dos professores e do pessoal da escola, colegas, pais, famílias e voluntários.
Princípio Fundamental das escolas integradoras:
Todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças.
As escolas integradoras devem:
reconhecer e atender as diferentes necessidades dos estudantes;
adaptar-se aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem dos estudantes;
assegurar um ensino de qualidade a todos, através de um adequado programa de estudos, de boa qualidade a todos, de boa organização escolar, criteriosa utilização dos recursos e entrosamento com suas comunidades;
Ser de fato, uma contínua prestação de serviços e de ajuda para atender às contínuas necessidade especiais que surgirem na escola.
PPNE Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais da UnB
É um Programa, vinculado à Vice-Reitoria, criado em outubro de 1999, para implantar uma política permanente de atenção às Pessoas com Necessidades Especiais da UnB.
Objetivos do PPNE
Assegurar ao estudante com necessidade especial a plena integração à vida universitária visando a formação de cidadãos plenos.
Assegurar, sem privilégio ou paternalismo, a igualdade de oportunidade na sociedade, ao garantir condições adequadas ao seu desenvolvimento desde o ingresso, com atendimento especial aos candidatos do PAS e Vestibular, como também durante sua graduação e pós-graduação.
Estudantes identificados no PPNE
Estudantes participantes do PPNE em 2007 por necessidades especiais
Perfil dos estudantes com Dislexia e TDAH
Perfil dos estudantes com Dislexia e TDAH
Atendimento Especial no Ingresso na UnB
Candidato Disléxico e o PAS/Vestibular da UnB
Edital - normatiza concursos públicos, vestibular e PAS realizados pelo CESPE:
O candidato deverá indicar, na solicitação de inscrição os recursos especiais necessários para realização de prova objetiva e discursiva.
Deverá enviar ao CESPE, até o último dia de inscrição, laudo médico que justifique o atendimento especial solicitado. Após esse período a solicitação será indeferida, salvo nos casos de força maior.
Atendimento em Sala Especial
De acordo com a necessidade do candidato, a solicitação e o relatório médico e/ou especialista, aprovado pela junta médica do CESPE/UnB.
Perfil dos colaboradores:
Chefe e fiscal de sala ledores, quando
solicitado e concedido.
Adequação dos recursos físicos e equipamentos no Vestibular
Sala coletiva com poucos candidatos;
Sala individual, com mesa apropriada, em prova com ledor ou quando o candidato quer ler a prova em voz alta;
Máquina de calcular com tipos ampliados;
Gravação de toda a prova com ledor.
Adaptação dos recursos instrucionais no Vestibular
Tem direito a tempo adicional de provas de até uma hora conforme recomendação do parecer médico ou especialista;
Correção de provas de redação ou discursiva feita por especialista, quando solicitado.
Apoio acadêmico na UnB
Resolução 048 do CEPE/UnB, de 12/09/2003: dispõe sobre os direitos acadêmicos de alunos regulares de graduação e pós-graduação, com necessidade especial.
A Inclusão na UnB
Equipe com Assistente Social, Pedagogo, Psicólogo, Professor orientador e Professor coordenador de curso.
A identificação do estudante disléxico e com TDAH para os seus professores e colegas é feita com sua aprovação.
A Inclusão na UnB
Procedimentos:
cadastramento do estudante no PPNE;
orientação e encaminhamento para programas de apoio social e acadêmicos: bolsa de alimentação, moradia estudantil, bolsa de permanência e Tutoria Especial;
orientação acadêmica em matrícula de disciplinas a cada semestre;
durante o curso: trancamentos, exercício domiciliar, desligamento e reintegração à UnB;
encaminhamentos para acompanhamento clínico.
A Inclusão na UnB
Contato com o coordenador do curso e com os professores das disciplinas matriculadas;
Carta de apresentação do aluno constando sua necessidade especial, informações gerais de formas de apoio extra e intra - sala de aula e alternativas de avaliação tais como: objetividade nos enunciados e questões de provas, correção dos textos, trabalhos e provas discursivas sem descontar pontos nos erros ortográficos, etc.
Formalização, treinamento, acompanhamento e avaliação dos Tutorados e Tutores Especiais no Programa de Tutoria Especial – PTE.
Programa de Tutoria Especial PTE
Resolução do CEPE/UnB nº 010 de 03 de abril de 2007 que regulamenta o Programa na UnB.
Justificativas:
Oferecer apoio acadêmico especial a estudantes com necessidades educacionais especiais regularmente matriculados nos cursos da UnB, por meio do PTE;
Promover a participação efetiva dos estudantes com necessidades especiais em todas as atividades e em todos os segmentos da Universidade;
Proporcionar ao estudante universitário a oportunidade de uma formação acadêmica sintonizada com a perspectiva da sociedade inclusiva.
Programa de Tutoria Especial PTE
Apoio acadêmico realizado ao estudante universitário com necessidade educacional especial (Tutorado), por estudante universitário regularmente matriculado na mesma disciplina e/ou, quando recomendado, por estudante que já tenha cursado a disciplina (Tutor Especial) , com supervisão acadêmica do professor da disciplina e acompanhamento do PPNE e DAIA/DEG.
PTE – 2003 a 2007
PTE em 2007 e as Necessidades Especiais
A Tutoria Especial com estudante disléxico e com TDAH
Formas de apoio do Tutor Especial nas disciplinas:
“copista” – auxilia/faz as anotações do quadro;
“ledor” – lê e/ou grava os textos, livros, etc;
“monitor” - tira dúvidas, faz exercícios, etc.
Adequação de espaço físico, equipamentos e material pedagógico
Sala de estudo individual e sem ruídos na Biblioteca Central da UnB;
Empréstimo de gravador digital para gravação das aulas, textos e livros;
Projeto de implantação da Biblioteca Virtual e Sonora na BCE da UnB para disponibilizar títulos gravados em voz.
“A mudança é inevitável. O crescimento é opcional” Anônimo
Contatos do PPNE:
UnB - ICC Norte, Sala BT 678
Fones: 33072971 – 33072972
ppne@unb.br
Estratégias de Avaliação - aluno Disléxico
Levando-se em conta que o ensino, a aprendizagem e a avaliação constituem um ciclo articulado, deve-se para isso cumprir 4 perspectivas importantes:
• Ser formativa • Ser qualitativa • Ser construtivista • Multimeios
Algumas estratégias: • Avaliação por escrito, com questões objetivas ou dissertativas, realizadas individualmente, em dupla, trio ou grupo; • Testes; • Trabalhos por escrito, realizados individualmente, em dupla ou pequenos grupos; • Diários; • Portifólio individual; • Fichas avaliativas; • Pareceres descritivos; • Pesquisas.
Alguns aspectos práticos a serem observados em relação à avaliação: • Avaliar continuamente (maior número de avaliações e menor número de conteúdo); • Personalizar a avaliação sempre que possível; • Quando for idêntica a dos colegas, leia, você mesmo(a), os enunciados em voz alta, certificando-se de que ele compreendeu as questões; • Durante a avaliação preste-lhe a assistência necessária, dê-lhe chance de explicar oralmente o que não ficou claro por escrito e respeite o seu ritmo.
Educador, lembre-se que aqui estão alguns procedimentos para ajudá-lo na sua prática do dia-a-dia, sua experiência, seu feeling e seu compromisso com o ato de educar, também, irão pesar de forma significativa.
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